Liberdade de criação foi a diretriz para este projeto. A edificação foi concebida para o ponto mais elevado do terreno e colocada diagonalmente em um ponto focal privilegiado, preservando na esquina um grande jardim. A composição entre os volumes retangular térreo e o segundo pavimento originou a arquitetura a ser lapidada.
Por trás do plano em concreto, sustentado por pilares circulares, surgem o volume branco do living e as curvas novamente em concreto, que sinalizam a entrada social da casa, ao fundo do abrigo de carros.
Em um ângulo de 45°, o andar superior em alvenaria branca dialoga com o living, conferindo leveza ao conjunto e gerando um desencontro que resulta em um terraço com deck e ofurô voltado para a vista panorâmica.
Um longo rasgo horizontal no volume de concreto rompe a rigidez inerente ao material, além de proporcionar mais iluminação ao living e desnudar a continuidade do pilar redondo.
As chaminés da lareira e churrasqueira concluem a sintonia entre elementos, contrapondo-se aos pilares que sustentam a estrutura da residência.
A fachada de concreto desliza para o interior da casa, gerando uma curva que invade o hall de entrada e, igualmente, na altura do rodaforro, uma prateleira do mesmo material interage com o volume branco da lareira.
Em contraste, grandes painéis em ipê ocultam as portas de entrada e de armários.
O desnível na área social gera um pé-direito privilegiado na sala de estar, com mobiliário solto que obedece ao estilo, com a mesa Oscar, estofados em três tons e diáfanas persianas que se abrem para a vista panorâmica do Morro Dois Irmãos.
A escada em um só lance tem seus degraus vazados em madeira embutidos entre as duas lâminas de chapa craca, formando uma escultura voltada para a sala de jantar.